Eles vieram das vielas lamacentas. Lá onde o sexo é o ópio do pobre, a névoa que paga nosso suor. Eles vieram se abrigar no meu deserto. Vieram correndo da chuva, mas eu era mar. E nunca fui de dar pé. Remaram por minhas entranhas sem saber para onde iam. Pobres meninos! Nada sabiam das borrascas, dos espíritos que caminham sobre as águas e da combustão dos sóis. Inda hoje os acalanto. Todos os cúmplices de Meu Corpo, nele jazem. Silenciosos, nunca pedem caminho de volta. Sequer desconfiam da própria morte.


[Muitos meninos é que se perderam no meu mar]