Eu entre teus parênteses
Sufocada
Repetindo, repetindo
A ladainha que aquieta
tuas marés

[Todo vício se (re)inventa]
Trago os olhos nublados de ontens
No bolso, um valor esquecido
já não vale

Espremo entre os dentes
O verso bastardo
Sai de mim e caminha
Zombeteiro e sem prumo
pela linha

Seu nome não adivinha:
Saudade
Nosso quadro favorito:
A persistência da memória

[A febre do teu corpo fundiu o tempo]

Batuque Novo

Na tua cadência eu sambo
Me tira do meu canto
Já no primeiro canto
Convidas a entrar

No teu olhar miúdo
Perco o jeito de falar
Perco o compasso
Meu verso atrasa o passo
Pra melhor te acompanhar

Descobre no meu corpo
Um velho batuque novo
Calado nos meus segredos
É só tua mão puxar

Vem passarinhar no meu caminho
Pequena, eu sei ser ninho
E sei quando passar...