Para quem (não) crê que romance é démodé!

Às cegas, tua imagem tateia meus poros, cata conchas em minhas ondas, se embrenha nos meus pelos. No lusco-fusco do meu desejo, teu rosto se desfigurou. A boca da lembrança, antes ávida, agora fuma a angústia de quem busca no corpo alheio a memória do próprio. Teu vulto aninhou-se no meu peito e cá ficou, feito enfeite anacrônico. Logo se dissolveu entre os lençóis. Mas deixou um souvenir: a certeza de que algumas ausências sabem dar prazer, até mais.