(DES)CASO

Chegue como quem quer colo
Pare no portão
Pouse a mala
no impasse de querer ficar
Entre
na minha saudade
Coma
a mágoa que deixaste
Não deixe esfriar!

Procure em vão nos bolsos
Teu espelho cobrou
Aquele talão de tempo
A outra saqueou

Reparaste as flores novas
que nasceram em mim?
Sangrentas begônias
Marias-sem-vergonha
Flor-da-Imperatriz...

Vêm de fora os latidos
Minha paz reclama
Não te dou pouso
Não prometo cama
Vai-te embora
E cuidado com as flores

Amor-próprio não rima.